Ponho minha cabeça embaixo d'água, não quente e nem fria; morna. Sinto escorrer e molhar meu cabelo bagunçado e meu corpo suado. Senti todas as partes do meu corpo e fui observando como sempre quis que me observassem. Minha pele clara, minhas curvas e meus defeitos. Não foi vulgar, foi bonito. Foi mulher, foi corpo, foi essência, foi confiança. Deixei que a água escorresse e olhei para mim.
Ouvia a música e meu corpo parecia acompanhar automaticamente o ritmo, a água na minha cabeça e meu cabelo deslisando nos meus ombros e chegando à metade das costas, fazendo uma espécie de cócegas agradáveis. Ao me ensaboar, reparo novamente em minhas mãos, depois em minha barriga, em meus quadris, depois de tudo, em meus defeitos. Que nem pareciam mais tão defeituosos. Peguei minha calcinha da água no chão, que já cobria meus pés, lavei e a torci, deixando a água levar todos os vestígios masculinos. Depois de um tempo, começou a tocar 'Alegria, Alegria' do Caetano Veloso, soltei um sorriso gostoso e espontâneo, e comecei a cantar com uma voz doce que nunca tinha ouvido.
Percebi que ninguém nunca será amado como realmente deseja. Só por você mesmo. Você se ama do jeito que você quer que te amem, ninguém nunca conseguirá. Você prova seu valor. Sabe, hoje eu tomei aquele banho... com magia de Caetano.

Uau!
ResponderExcluirQue magia!
Uma doce inocência mesclada com a auto apreciação.
Coisas simples, do cotidiano, que se fazem importantes, e até, marcantes.
Amei, Júlia.
Este post daria um comentário enorme de reflexão.
Por exemplo: Vulgar? Não! Não mesmo.
Algo feminino, sensual, por ser tão simples; Palavras com sentidos amplos e belos.
Falei demais, falaria mais. Mas... rs
Reitero que amei teu post.
Beijos.
Show de sensibilidade. Continue sendo fantástica assim; doce mulher.
ResponderExcluir=)
uma descoberta por ser uma mulher e não mais menina.
ResponderExcluirps. como gosto de suas palavras.