quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Rotina da vida

Se o que define o ser humano são os seus desejos, cada dia eu sou uma nova pessoa. E é essa a beleza de viver. Fases. Novos desejos. Morrer todo dia e abandonar quem fomos e somos; para acordarmos e vivermos mais uma vez a metamorfose de uma nova fase de aprendizado e conhecimento sobre os outros, sobre o mundo e principalmente sobre nós mesmos. Essa é a rotina da vida, o ponto onde todos os seres humanos são iguais.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Continuação tardia

A mágica da novidade do acaso
Quando duas vidas se notam
e se sentem como se o acaso
não fosse tão novo assim.

E de relance num momento
Se mistura à noite, sem mim
O corpo some, quase não vejo
Mas ainda o sinto presente.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Desfeita

Por que você se fecha pro amor?
Aceite ao menos uma parte do meu
Não precisa ser completo.
Nós dividiremos...
Só não me faça carregar tudo sozinha.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Inesperado

A mágica da novidade do acaso
Quando duas vidas se notam
e se sentem como se o acaso
não fosse tão novo assim.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Poema achado

Ando fria, seca, vazia
Vazia como sua cama sem minhas roupas
Sem meus pés tão frios como meu coração agora.
Despeço-me sem mágoas, sem rancor:
Deixo-lhe de presente meu suposto amor.
Não sofra... presenteie alguém.
Alguém que tenha, de preferência
pés quentes.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Luto por um poema perdido.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

[Outro daqueles]

Amor é paradoxo
Mato-me por senti-lo
Mato-me por procurá-lo
Mato-me por matá-lo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O óbvio que às vezes me escapa.

A caminhada tanto pode me levar à vitória quanto à derrota. Assim como a vitória, não há derrota sem batalha. Arrisco. Prosseguir é lutar, nem sempre alcançar. Permanecer no ócio - não luta, não ganha, não perde. Recebe o que alguém que caminhou te oferece. Escolho.

sábado, 14 de agosto de 2010

nada

Ando me esforçando pra rimar meu com seu. O que há?!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eu não sei o que é grande amor
Me fale sobre o seu
Que eu tento inventar o meu.


(Mas isso é mesmo preciso?)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Às vezes eu me sinto meio Plutão.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Solitário

Sou só como o tédio comum de domingo,
Como a ressaca dormindo,
Como uma viúva sorrindo.
Sou só como o rabisco de um avião
[no céu de verão.

terça-feira, 13 de julho de 2010

palavra
solta
escarrada
falada
cantada
pintada
grafada
quero uma
[só pra mim.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

se eu quiser ser...




aquele conflito normal
quando voce percebe que não é o que queria ser
mas, querendo não ser o que é, finge ser o que quer.
se eu não gostar de mim, ora... me invento.

domingo, 27 de junho de 2010

Só eu


Eu não consigo entender
eu vejo as pessoas de fora
vejo o mundo de fora
minha cabeça aflora.
Por vezes quero ser igual a todos
por vezes quero torná-los diferentes, todos...
todos, que por vezes me parecem cegos
Outrora me parecem mais tranquilos
do que se enxergassem.

Eu vejo beleza onde os outros não vêm,
eu vejo lixo onde veem beleza.
Eu quero a liberdade da minha palavra,
das atitudes, do corpo, do saber.
Eu quero viver rodeada de gente que aceita,
a diferença gostosa que é escondida.
Pois o gostoso de viver é a diferença
A diferença que se deixam perdida.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Tentando me entender - parte I

Hoje eu percebi uma coisa estúpida, há alguns instantes atrás. É difícil de perceber, todo mundo sabe que essa coisa estúpida está alí mas somos hipócritas e fingimos que não vemos para tentarmos ser mais felizes. O meu único problema agora é que, de tão estúpida, já está saindo da minha mente... há pouco estava pronta para ser transformada em texto e agora está dançando debochadamente dentro de mim, não deixando eu organizá-la.

O que é o amor? Fazemos uma fantasia enorme sobre esta palavra! Criamos todo um conceito sobre como devemos estar com um parceiro. Não conseguimos admitir a existência de algo sem conceito e regras. Ora, existem vários tipos de amor? Eu não sei, mas por que é que amor entre homem e mulher deve ser feliz como um conto de fadas? É realmente assim que acontece? Não. E sempre assim, contrário ao conceito de felicidade plena que criamos, que acontecem os relacionamentos... e geralmente acabam pois achamos que está tudo errado, já que não somos felizes permanentemente. Mas será que é possível ser feliz como achamos que devia ser? Não! Me deram um exemplo sobre isso uma vez: amor entre mãe e filho - todo filho se desentende com sua mãe às vezes, brigam, discutem, mas fazem as pazes; não estão em plena harmonia eternamente, mesmo existindo um amor até, geralmente, muito maior do que entre dois parceiros. É normal.

Outra coisa me intriga. Além de felicidade, existe muita angústia. Por que uma pessoa não consegue estar em paz, na maioria do tempo, com a outra? A felicidade é impossível quando se ama, sempre há uma dor por baixo de todo sentimento. O medo da perda, a angústia de ficar escondendo seu próprio eu para não afastar o parceiro, o ciúme... ah o ciúme! O ciúme é dor. É dor de quem ama! - mas ciúme demais é doença. Ciúme é um sentimento cruel. Queremos sempre ter certeza de que aquela pessoa depende de nós, que será sempre dependente de nós e que somos indispensáveis à sua vida. Grande erro! Ninguém é capaz de ter posse de alguém, dos sentimentos de alguém. A mente é traiçoeira, mesmo sua razão te guiando para um lado, ela pode bagunçar a estrada e te levar para outro caminho. E nisso, não há quem seja capaz de interfirir! Ciúme é um sentimento devastador, porém, inútil. Devemos ser fortes para saber lidar com ele.

O pensamento que veio na minha cabeça hoje, é que é muito triste, desanimador e estranho você perceber que sem querer, você pode estar magoando uma outra pessoa sem mesmo saber, basta ela te amar. Basta ela ter ciúme de você e ter "consciência de que quem amamos pode ser feliz sem nós."

Contradição é querer fazer feliz uma pessoa que você ama, mas sofrer de dor ao ver que ela está sendo feliz sem depender inteiramente de você. Ora, se você deseja a ela felicidade, já é um caminho para que ela seja feliz. Se você ama, deveria ficar feliz sabendo que a outra pessoa está feliz. Mas não! Queremos que ela seja feliz somente ao nosso lado. Isso é amor? O que perturba a cabeça da gente é o ciúme, maldito, bagunça todos os sentimentos. Vendo por um lado é uma coisa tão simples... vai entender.

domingo, 18 de abril de 2010

"Deixa eu brincar de ser feliz"

Já era hora do sol se despedir e deixar a luz da noite brilhar nos olhos e sorrisos do povo alegre e eufórico, que pulava e cantava esquecendo a realidade e problemas. Ao sair naquele carnaval, sozinha e desesperançosa, Verônica, com seus curtos cabelos negros, que deixavam sua nuca à mostra, e seus fundos olhos verdes, cantava e acompanhava a batida da marcha que era tocada pela banda do bairro.
No meio da multidão fantasiada, Verônica avistou um homem de aparência muito feliz, com um enorme sorriso, vestido e pintado de palhaço, alegrando as pessoas fazendo
malabarismo com bolas coloridas. Verônica se aproximou, juntou-se ao grupo de pessoas que o observava e parou na frente do homem, que ao perceber sua presença, deixou todas
as bolas, com as quais divertia as pessoas alí, cairem. Uma das bolas, a de cor laranja, rolou até o pé dela, que ficou parada. O homem abaixou-se para pegar o que lhe pertencia e quando se pôs de pé novamente, se encantou com os olhos da moça. Verônica ficou séria, olhando o homem que a olhava e deixou-se soltar um sorriso tímido para o Palhaço malabarista.
O homem pegou a bola e se afastou para continuar o que fazia antes de ser tomado pelos olhos de Verônica. Ela, sentou-se em um banco próximo dalí e ficou observando-o por um tempo. Ficou lá até todos irem para suas casas. Quando não havia mais ninguém, o homem guardou suas coisas e caminhou em direção ao banco. Com voz de encanto e adoração, disse à Verônica:
- Boa noite. Não vai descansar?
Verônica, tentando fugir de si mesma e de dizer que estava lhe esperando, respondeu:
- Gosto de olhar as estrelas quando a cidade se apaga.
O homem pediu para lhe fazer companhia e se apresentou. Otávio, era dois anos mais velho que Verônica, não era da cidade. Após se apresentar, levou-a para baixo de uma árvore, de onde se via muito bem a lua.
Durante todo o resto dos dias de carnaval, quando a cidade dormia, os dois se encontravam embaixo da árvore. Os dois, com os dias, foram se apaixonando e Verônica aguardava ansiosamente a próxima noite. Porém, o que Verônica esqueceu-se de perguntá-lo foi de onde ele era. Otávio fazia parte de um circo que durante os carnavais ficava de parada naquele bairro. E depois partia. Ele não a contou para poupá-la e não acabar com a magia dos encontros.
No último dia de carnaval, Verônica foi até a árvore mas Otávio não estava lá; já estava de partida. Verônica, confusa, foi para casa sem saber o motivo da ausência. Ao chegar, encontrou uma caixa na sua porta. Abriu. Havia uma bola laranja e um bilhete dizendo:

"Verônica, 'Todo carnaval tem seu fim'. Retorno no próximo para pegar minha bola. Espere por mim... com carinho, Otávio."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Minha.

Não escrevo quando amo,
[amor.
Suga tudo que há de inspirar.
Não amar se poeta quiseres virar.