segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sem título

O que te brilha os olhos?
Uns olhos, uns olhares, umas piscadas?
Um pescoço, uma nuca, um cangote?
Um cheiro, um suspiro, uma cócega?
Uma gargalhada, um sono ou um jeito de fala?
Você repara?

O que te faz respirar?
O cheiro da chuva, o vento na curva, o brilho do Sol?
O canto das cigarras, a praia de manhã, um passeio a dois?
Uma flor, uma foto, um jornal?
A madrugada, os olhos cansados, persistentes em ficar?
você para pra olhar?


Júlia Vita e Mateus Ribeiro

domingo, 6 de dezembro de 2009

Presente

Tudo bem, meu bem...
[o pior já vem.
vou chorar no meu canto
o canto que não cantei
o tanto que não me livrei.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Com magia de Caetano

Sabe, hoje eu tomei um banho. Mas não foi um banho comum como os rotineiros. Entrei no banheiro e não gostei muito do que vi no espelho, acendi as duas luzes: uma branca e uma amarela. Observei a imagem no espelho por mais alguns instantes. Me despi e fui para o banho. Quando fui abrir o choveiro, observei minha mão direita. Branca, pequena, delicada e as unhas com um tom de vermelho. A luz amarelada a deu um toque especial. Abri então e a água caiu rapidamente fazendo um gostoso barulho no chão. Olho para meus pés, e os balanço sobre a água. Notei que havia algo diferente comigo naquele momento. Logo, percebo tocar uma música. Abafada, atrás da porta. Era uma música alegre, brasileira, com batuques e variados instrumentos.

Ponho minha cabeça embaixo d'água, não quente e nem fria; morna. Sinto escorrer e molhar meu cabelo bagunçado e meu corpo suado. Senti todas as partes do meu corpo e fui observando como sempre quis que me observassem. Minha pele clara, minhas curvas e meus defeitos. Não foi vulgar, foi bonito. Foi mulher, foi corpo, foi essência, foi confiança. Deixei que a água escorresse e olhei para mim.

Ouvia a música e meu corpo parecia acompanhar automaticamente o ritmo, a água na minha cabeça e meu cabelo deslisando nos meus ombros e chegando à metade das costas, fazendo uma espécie de cócegas agradáveis. Ao me ensaboar, reparo novamente em minhas mãos, depois em minha barriga, em meus quadris, depois de tudo, em meus defeitos. Que nem pareciam mais tão defeituosos. Peguei minha calcinha da água no chão, que já cobria meus pés, lavei e a torci, deixando a água levar todos os vestígios masculinos. Depois de um tempo, começou a tocar 'Alegria, Alegria' do Caetano Veloso, soltei um sorriso gostoso e espontâneo, e comecei a cantar com uma voz doce que nunca tinha ouvido.

Percebi que ninguém nunca será amado como realmente deseja. Só por você mesmo. Você se ama do jeito que você quer que te amem, ninguém nunca conseguirá. Você prova seu valor. Sabe, hoje eu tomei aquele banho... com magia de Caetano.



domingo, 29 de novembro de 2009

Eterna novidade

Aqui dentro 'a poesia prevalece'
E o motivo da minha poesia...
não é nada mais que o barulho.
Aquele barulho grosso, em vezes doce
direcionado a mim, ferindo-me,
em vezes contemplando-me,
[Tua voz.
Incrível é a capacidade de desvaecer.
Do primeiro Eu te amo ao décimo quinto
Por dentro, grito...

Ora me apaixono, ora enlouqueço
Enlouqueço me apaixonando
Me apaixono, ando
Paixão que me devora.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Dívida

Divido minha vivência entre meus amores,
Minha audição de todo dia,
A sensação de enxergar
e sentir o que enxergo.

Entre meu amores,
Meus passos de todo dia
Minhas escolhas tortas
Meus risos lúdicos
Meus erros ingênuos
A capacidade de escutar
E interpretar o que escuto.

Divido e crio dívida, não sei o que
Divido e crio dívida, não sei a quem.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Evolutivamente Processando

Chuvas de palavras caem à calha
Escorrem à terra, aninham-se.
Feito sementes, reproduzem-se
Brotam em nossas cabeças.
Saem de nossas bocas,
Crescem aos ouvidos alheios
Morrem nos tantos corações.

sábado, 3 de outubro de 2009

Parte II prost.

Olha senhor, no alto do meu rosto
Meus olhos cínicos que te secam.
Olha senhor, na ponta de meus pêlos
Meus cachos acariciando minha nuca
Esperando você para mais enchê-los.
Olha senhor, abaixo do que te cheira
Meus lábios tão tintos e tão quentes
Quanto o vinho aqui presente.

Olha menina, meu desejo ardente
Meu corpo também tão quente.
Pelo seu toque aguardado
Guardado, antes do fundo monetário!

Óh senhor, eu vejo
Vejo sua carteira sobre a mesa
Seu desejo que pouco me importa
Poderá ser rapidamente satisfeito.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Meus pensamentos feito algas.

Algo me prende a garganta
Algo suga minhas ideias
Alugo supostas doces palavras
Algas marinhas... meus pensamentos.

Não param, não param não
Não acham solução...
Que deserto sem luz!
Abola-me desta escuridão.

Que diabo é isto,
O Amor (que prejudica)?,
A Cultura?
Se é, acho que sim
Pois então me falta.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sotaque musicalense

O tudo, o meu todo
Virando uma coisa só:
Não que eu tenha dó,
Mas sol, la, si
Desde que nasci
Me fazem maior.
E tu, menor.

Si cê fosse
La, maior
Não haveria...
Si-bemol
Em arrebol
Sustenidos, até ré
Poderíamos ir a pé,
Rimar "" com "cré"!
Tudo que se quiser.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Meu anjo


Mas pra mim,
Nem é tão estranho assim
Tua face como carmim
Teu sorriso feito marfim.

Metamorfose a Querubim
E não hesito: meu.
Meu: todo o seu
Seu: todo o meu.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Até quando vai ficar sem fazer nada?"

Bom dia. Sim, ainda é manhã: onze e cinquenta e um! (sinto imensas saudades do trema). Sete de setembro: independência do Brasil. (?!) Só se for do "Brasil", em termos políticos e comerciais, pois nossas mentes estão mais dependentes do que nunca. Me assusta violentamente ver a sociedade tão "moderninha" de hoje em dia se afundar em tanta futilidade. Consumistas... cada vez nos tornamos mais consumistas e nem ligamos, atendemos inconscientemente (e até conscientemente!) todas as ordens que pesam sobre nós. A verdade. Para alguns, essas ordens não pesam nem tanto: aceitam de mãos abertas como uma criança recebendo um abraço de mãe. Ora, caro leitor, onde é que isso vai parar? Cada dia que passa é mais gente que impõe "respeitos". A verdade. O mais ridículo é que nós respeitamos! Enquanto os grandes Superiores (pffff!), faltam absurdamente com respeito a nós. "Respeito é pra quem tem" (Grande Sabotage, ele sim merece respeito mesmo não estando aqui.)
Até quando vamos aceitar de bocas caladas todos os roubos, todas as mortes sem motivo, tanta corrupção, crimes... tudo em torno de dinheiro. Dinheiro. A humanidade está perdendo todo seu valor, aquele que mesmo que pouco, um dia tivemos. Ninguém mais liga pros outros, só pensa em si mesmo, em crescer sozinho, em se dar bem sozinho. Ninguém mais tem respeito.

Esquecem que somos da mesma espécie,
somos iguais, devemos nos unir, e não competir.

12:07... Boa tarde!

domingo, 6 de setembro de 2009

Eis a questão




Sou o quieto, o silêncio. Sou a surpresa, o inesperado. Sou o errado ou certo. Sou a ponta ou o centro. Sou a sinceridade, o exagero, o sorriso. Sou a verdade, a realidade.

Sou a diretora do filme que passa em minha mente, podendo mexer nele na hora em que quiser, criar novos papéis, dirigir, encenar, retirar ou pôr novos protagonistas; roteiro e fim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Encaixe adaptável

Novos sonhos, metamorfose
E te possuo, exploro sua cultura
Dos lábios às mãos, sua pele nua
Todo infinito interno a sua moldura;

Moldura com encaixe adaptável
Enfim, por baixo, me encaixo
Rendimento céticamente sustentável
Dispesso-me da vida peculiar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Consequência

Tanto que bate,
que bate, que bate
A água na pedra
que fura, perfura
Como tua palavra
que dita, escrita
Meu coração:
pálpito em fúria.








(Voltando ao meu estado "feliz"...)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Primeira vez

As coisas partiram, tudo partiu.(-se).
E eu que tanto temia esse parte,
Essa parte chegou;
o que eu tinha medo, chegou.
"É impossível ser feliz sozinho."
Além do mais,
não consigo viver com amizades artificiais.
O que fazer, perdida, confusa, aflita.
Rodopia, porque veio essa palavra na cabeça
E até que me simpatiza.



(Estou postando tambem em www.tantoquantovoce.blogspot.com)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Eufórico


Pude ver profundo, todas as flores
Todos os grãos e sentir o cheiro da terra
Andei por todos os cantos fugindo
Da inconveniência do ladrão de euforias.

Pude pronunciar todos os cantos,
fugindo de quem não possui alegrias.
Erguer meu corpo ao céu, respirar fundo
Ouvir o assobio dos pássaros como alegorias.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cof cof.

Todo teu sabor, teu calor

Feito café de domingo.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

É assim que

É aquele olhar avistado de longe, é a sensação de um café quente em um dia de inverno, o sol de começo do dia. É conversa de mesa de bar, quatro amigos jogando sueca, o conforto de um abraço reconciliado. É o tranquilo do mar às seis da manhã, o sopro calmo do vento ao por-do-sol. É o aroma doce, porém, salgado da maresia, a satisfação de um pescador com seu peixe. É o prazer do poeta quando escreve, uma gargalhada quando explode sem piedade aos ouvidos. É o orgulho tímido da menina com seu primeiro sutiã, é a alegria quando ouve "Eu te amo!" do moleque tímido e orgulhoso. É a metamorfoseática maneira que a vida nos carrega, nos levando, às vezes com força carregando, cambaleando esquinas, e nos deixando novamente de pé. É o beijo de Boa Noite, lembranças da infância boa e do azul puro do céu. É crescer, amadurecer e criar coragem pra aceitar enfim, que as coisas mudam e a vida jamais é a mesma de um mês atrás.

domingo, 23 de agosto de 2009

Flor do Céu

Inocência resplandecia naquele sorriso
Basta-me um segundo para o equívoco
Intriga terrível misteriosos olhos me causam
"Oh flor do céu, oh flor cândida e pura".

Os cabelos feito novelos contra o vento
Não sei se tento, mas preciso de uma cura
"Oh flor do céu, oh flor cândida e pura"!
Que mesmo disso nada sendo, sempre me enfeitiça.



[arrisco]

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Miúdo preguiçoso

Invento, tão lento
Versos que não falam...
Que não falam de dor
Nem do súbito amor:
Nada de tanto ardor.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pequena Esperança

É a caminhada a noite
Descendo a rua que sobe
A fantasia obrigada daquela moça:
Olhares desconhecidos desvendando suas coxas.

A rotina daquela morena
Julgada aos olhos de Helena
Que comenta maldosamente com Madalena:
- Nem parece mais Aquela pequena...

Àquela pequena, sem sorrisos,
Sem oportunidade, sem doces
E na flor da idade
Restou os calos das jornadas com altos sapatos
Todo seu sofrer apenas para viver
Então pergunto eu à ela:
- O que você vende, pequena?
- Eu te vendo prazer.
E a moça sumiu na escada escura
Escondida no prédio escondido Naquela rua.

domingo, 16 de agosto de 2009

E você?

Hoje, metade de mim são palavras
E a outra, minha realidade
Eu não faço questão de futilidades
Cultivo quem tem aquele dom da humildade.

Amanhã, um pedaço de mim será música
Cantarei a quem minha alma pedir
Minha mente está aberta e a partir de amanhã...
Não me preocupo se vier me agredir.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Já em mim, não...

As cores que me chamavam atenção
As palavras que sempre compunham uma canção
O Pra Sempre mesmo vindo do coração
Nada é o mesmo, estou em outra estação.
O papel do caderno antigo
O toque que pensava distante
As ideias que surgiam feito borboleta
Aquilo tudo que mais admirava,
Já não cabe em minha letra.

(Fotografia e texto por mim.)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Cantarola

Chegamos outrora
Já era a hora
Pegou sua viola
Pôs som na vitrola,
Pediu-me "Cantarola!"
Minha fala enrola
Seu dedo embola
Ai, caramba!
Vamos s'imbora.

sábado, 8 de agosto de 2009

NÃO É DELE! Ladrão.

NÃO CREIO NO QUE ACONTECEU.
Lendo comentários antigos, achei um de 'magrinho_ro'. Um menino que estudou comigo. Sei que ele não possui a menor capacidade de escrever, é um playboy metido a pegador. Enfim, fui ao blog dele. ACHEI VÁRIOS TEXTOS MEUS. O infeliz copiou até o meu 'quem sou eu'. Que aliás, é um trecho de música. Copiou até minhas frases de MSN, coisas do meu orkut, e afins. Óh, onde o mundo vai parar?

O link do blog dele é esse: http://legiaomorta.blogspot.com/ - se puderem me ajudar a pedir que ele tire, ficarei grata. E não é só textos de minha autoria que ele copia não, tem textos de outras pessoas também.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Não gosto desse.

Sono. Lento. Sonolento, me torno cada vez mais lento, meus olhos caem sobre meu corpo e minha vista embaça. Como poder de visão melhor, aperto-os, por alguns instantes posso enxergar normalmente. E logo, lá vão eles se deitarem novamente. Como se pedissem um beijo de boa noite antes de se deitarem e enfim dormirem, me torturam até que não sou mais capaz de mantê-los de pé. Um beijo e se deitam, se entregando a imensidão tranquila e escura que há dentro de mim.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Selo.



É maravilhoso ser reconhecido por um dom que se tem, não é? Esses dias estava pensando nisso, em também como é bom ler cada elogio que me mandam por aqui, ou propriamente dito! Outro dia mesmo andando no calçadão com dois amigos, falando sobre o ENEM (que normalmente quem é bom em matemática não é tão em português e vice-versa) um deles fala:


- Essa daqui escreve pra caralho!


Nossa, como foi bom ouvir aquilo. Enfim, um dia desses, me deparo com Daniel ( http://blogdodanielfilho.blogspot.com ), um leitor do meu blog, dizendo que me indicou um selo de Blog de Ouro. Que felicidade! Então, vou cumprir meu dever (farei isso antes mesmo de desobrir como ponho o meu selo alí do lado), agradecer à ele e indicar as 4 pessoas que eu acho merecedoras:
http://aartedeviverempaz.blogspot.com/

Regras:
1 - Exiba a imagem do selo "Blog de Ouro".
2 - Poste o link do blog que te indicou.
3 - Indique 4 blogs de sua preferência.
4 - Avise seus indicados.
5 - Publique as regras.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Nem pareciam se incomodar!

Outro dia, estava indo de ônibus para Icaraí, de noite. Quando o ônibus parou no sinal de uma rua um pouco estreita, mas com bastante movimento, escura e ao mesmo tempo iluminada pelas janelas dos apartamentos. Observei então umas três pessoas: uma moça, devia ter lá seus 36 anos; e duas crianças, meninas, pareciam-me ter uns 12 anos. (Não me lembro bem se eram só três pessoas, mas que me vêm à memória são essas). Eram notávelmente providas de baixíssima renda, (se é que pode-se chamar o que essas pessoas possuem de renda), sujas, com roupas rasgadas, descalças, com ar de indignação e pareciam estar cumprindo somente a rotina diária que as tomava. A moça, mais velha, estava um pouco afastada das outras duas, em pé, com uma das mãos na cintura, na calçada, de frente para a rua e com a cabeça virada olhando para sua esquerda, onde as crianças estavam. As duas meninas pelo que me lembro estavam no meio-fio (perdeu o hífen? acho que não!) meio eufóricas e gritavam discutindo, quando uma delas afirmou:

- Ó, todos os carros com vidro aberto são meus!

A outra menina disse alguma coisa reclamando mas não consegui compreender sua fala, o ônibus se pôs em movimento. Fiquei pensando depois que a cena se foi... enquanto essas meninas discutem para ver quem fica com cada tipo de carro, com vidro aberto ou fechado, existem mais crianças discutindo essa mesma coisa e outras discutindo o divertimento que terá: computador ou videogame, televisão ou gameboy (é assim que escreve? também pouco importa, a questão não é essa...)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Evoluçamba


A risada presa aos domingos

A caneta que mais satisfazia

O rádio provocante de emoções

Mas que coisa, como mudam as sensações!


A sandália suja de areia

O sentimento prazeroso pelo errado

O ar doce e puro gelando ilusões

Mas que coisa, como mudam as sensações!

sábado, 18 de julho de 2009

O resto injusto

O resto é o lixo,
a sobra do útil.
O resto é o sujo,
além do inútil.

O resto é o humano,
a sobra do estável.
O resto é o fim,
o nunca degradável.

Para nós, é resto
Para outros, não pouco
Nós fazemos do resto, o resto
Enquanto outros, são apenas lixo solto.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Ser poeta




Uma vez li que poeta é fingidor
Encantam a todos com sua suposta dor
Mas no fundo, fingem sentir o que não sentem
Talvez fingindo pra si mesmo conseguir sentir o que mentem.

Ser poeta é conseguir ser capaz de pôr em palavras
O que para todos é belo, mesmo não sentindo
O que para alguns é real, mesmo para ele não sendo
E acima de tudo, fazer parecer real o que os outros nele estão vendo.

Ser poeta é ser especialmente livre
Para dedilhar suas ideias como numa melodia
E não se importar com inúteis críticas
Afinal, tudo é aceito na poesia.


domingo, 5 de julho de 2009

Não sou

Eu sou o céu, mar, estrela
Sou a chuva que cai abundante
E se deita na areita feito esteira.

Eu sou a terra, a mata, a grama
Sou a gota de uma cachoeira
Que com força se derrama.

Quando em frente ao espelho
Não encontro minha identidade
Um personagem ativo do caos
Mais um coração em desespero.

Eu sou o amor, carinho, afeto
Sou a lágrima que no sorriso escorre
Que de feliz leva um pedaço do que é certo.

Eu sou o sorriso, alegria, felicidade
Sou a gargalhada que inocente explode
E que impulsiva não se importa com a idade.

Quando eo meu reflexo na poça
Não encontro minha identidade
A esperança e o tempo perturbam
A luz nos olhos de uma moça.



voltei!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

nós



Marcelo Camelo.

domingo, 21 de junho de 2009

Hora da descoberta


Meu todo se fez olhos e coração
Olhos estes, diziam serem de coisa bela
Citaram sobre os olhos, Olhos de Ressaca
Serem de Cigana Oblíqua E Dissimulada.

Uma gota, uma música, um contento
Recordo-me tudo como me fossem infinito
Não hão de serem tolas, meninas, mas entendo
Sempre reservando minutos noites adentro.

Me dispesso aqui neste último verso
Não penses um abandono, amor
Digo certo engano, o inverso!
Lembre-se nunca amar e sentir dor.

(dedic. jan.2009)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

VerSoando

Como lidar com a lágrima que inspira poesia
como lidar com a poesia que inspira refrão
como lidar com um sorriso que assassina dor ardente
como lidar com a lágrima que corre de um coração contente.

Como lidar com as horas que parecem não passar
Como lidar com a terrível e indesejável rotina
Como lidar com as palavras que gelam a barriga
Como lidar com o brilho ocular quando se abre a cortina.

Como lidar com o inverno que chega em má hora
Como lidar com a primavera que reluz outrora
Como lidar com o verão que já queima agora
Como lidar com o outono que esconde aurora.

Como lidar até mesmo com o corrido tempo
O tempo que não nos liberta dos corridos dias
O tempo que não me deixa acabar meus corridos planos
Como lidar com o tempo que falta,
Ou tantos planos para pouca corrida vida.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Fim da escada, amor

estou descendo
a escada da tua lua.
tão grande chegou ao fim,
indo embora buscando em mim,
algo que não me deixe aos pés da rua.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A vida, a vida e a vida, who (?)

Como a vida é engraçada, não é? Tantas voltas, tantos questionamentos, tantos "eu te amo!", sejam da boca pra fora ou de coração. A gente percebe que de nossas experiências, o nosso futuro é moldado, como outra forma de vida. Nossas experiências contribuem para quem nós seremos daqui há algum tempo. Talvez seja esse um dos motivos para a mudança de personalidade, pela qual passamos em algumas fases de nossas vidas! Algumas boas, outras ruins. Umas nos deixam ótimas lembranças e afetos, outras nos deixam exemplos de vida, aprendizado e arrependimentos, talvez. Mas mesmo nos arrependendo, devemos agradecer, por aprender o que é certo e errado, e talvez quem sabe, até pensar outra vez antes de o fazer novamente.

A vida nos dá tantas escolhas... muitas vezes nós não sabemos escolher a certa. Por simplesmente não saber qual é a certa e a que te fará melhor no futuro. Por sorte, às vezes, ganhamos novas chances de escolher outra vez entre algumas coisas. Há quem diga que é força do destino, mas não entro em questões religiosas, até porque não me tratam muito bem quando me pronuncio sobre isso! Mas, sendo força do destino ou não, me ponho a agradecer fortemente pela vida ter me dado outra chance, por uma pessoa ter acreditado que podia dar certo, e por nós mesmos termos nos dado outra chance, e por mim ter aprendido muitas coisas. Não citarei a palavra amor aqui, além dessa vez. Porque não sei ainda muito bem do que se trata, mas acho que estou descobrindo um pedaço dele. Existem sim, pessoas muito especiais no mundo, pessoas que merecem ser conhecidas e entendidas, mesmo que difícil.

A vida é uma coisa tão perfeita, a natureza, é algo que é absurdamente inteligente! O nosso corpo, o funcionamento, tudo! E ainda tem gente estraga, que joga isso tudo fora, sem ver o que realmente vale a pena ser observado. Me sinto bem por amar a minha vida, mesmo ela tendo seus defeitos, como todo mundo tem! Mas tem muitas qualidades e seus dias bons e ruins. E sempre me levantando, resolvendo meus problemas e guardando o que realmente me importa.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sem título 1.rtf

Não confio, desconfio
Nao confio em ninguém.
Não me conto a nenhum
Nada disso me convém.

De bocas saem vozes
Do que eu um dia lhes abriguei
Ressecando minha paciência
Acabou o que um dia abracei.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Silêncio


Debaixo da lua
Uma núvem passageira e crua.
Tua fala me vibra delicada
A luz refletida na escada.
Posso sentir tua pele nua
Seu suspiro, e...
Silêncio.
Há vozes na rua.





sexta-feira, 22 de maio de 2009

A batida na maré

Nadando num infinito tropical
Me perdendo no ritmo da maré
Na batida e nos sons,
Tranquilizantes sensações.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

"Faça o que é certo, não tema ninguém"

Desejos deitados sobre a cama quente e confortante
Que pedia-nos não querer mais sair.
Quatro olhos que fingiam estar atentos a legenda que corria na tela
Deslizavam desatentos, em outro mundo, sobre as inúteis palavras alí
E mais uma vez a insegurança era mais forte que o desejo gritante.

Tanto tempo, aguardando o esperado a vir
Pensamentos jogados, quatro paredes os guardavam
Escondendo misteriosamente o que precisavam ouvir
A dúvida crescia terrivelmente, a cada minuto os matavam.

Abraços, carinhos, os olhos continuam a deslizar
A insegurança tende a acabar
Duas bocas, trêmulas e desejadas, se tocam e ensurdece dois corpos
O impedimento já não preocupa, a vida não pode esperar.


- não gosto muito desse que fiz, mas pelo motivo de hoje, tive que postá-lo!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A vida que vai, a moda que vai e volta.


Louca minha cabeça se torna
Como sua efusividade me incomoda!
Caindo em longos mares de revolta
Minha mente não para, uma gigante roda.

domingo, 17 de maio de 2009

Coração ego ísta

Estou em uma fase que sinto necessidade de compartilhar o que sinto com alguém. Ou o que eu não sinto, o pior e um dos motivos da necessidade do desabafo. Sinto falta de umas coisas que pensei não fazerem... sinto um vazio imenso e me arrependo de tê-las deixado escapar. Vejo tudo por um ângulo que costumo ver meu passado social, erro por imaturiade ou incompetência de saber lidar com pessoas de difícil entendimento, mas que valiam a pena serem guardadas e trazidas comigo. No entanto, ando percebendo que quem possui um nível de difícil entendimento terrível era eu, sou eu e sempre será eu. Descrevo-me assim: auto-DESentendimento. Eu me conheço, mas não consigo nunca compreender-me; o porquê de minhas atitudes. Burras, sim. Confesso! Eu luto contra minha cabeça, mas ela quase sempre vence meu coração e depois este sente a perda e a cabeça também. Mesmo eu sabendo que estou pensando o que não devo e que vou me arrepender depois de fazê-lo, é inevitável, viver assim me deixa confusa e de uma maneira me agoniza, está sendo impossível. Queria também poder me apaixonar, parece estranho, mas não consigo. Acho que nunca pude provar de tal encanto... mas isso eu, por enquanto, relevo, já que uns dizem que ainda sou nova e vou achar alguém. Mas tenho meo de que esse dia já tenha chegado. Então procuro ser otimista, mas nunca fugir do real.
Começo do meu desabafo feito, me sinto um pouco aliviada. Não me sentiria muito bem dizendo isso à alguém próximo e com essas palavras, certamente iriam me julgar outra vez. Então uso aqui para dizer-lhes meu descontentamento. Imagino que deve agora passar pela sua cabeça que sou uma tola, e deve estar insatisfeito por ler todo esse texto digamos que deprimente, mas não seja tão EGOísta. Até porque logo no começo deixei claro sobre o que se tratava. Obrigada.
"eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida."


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Verde?



O que leva um governo a discutir a legalização da destruição ambiental?! A nova ideia brilhante já aprovada pelo Senado implica em mudar o Código Florestal, permitindo a redução da reserva legal em áreas da Amazônia atualmente de 80%, para 50%. Ou seja, o que antes já não respeitavam (os 80%), vão respeitar os poucos 50%? A resposta é bem clara pra mim... porém, cada um com sua opinião. E quanto aos animais que lá vivem? Ótimo, a resposta também é bem clara para mim. Milhões de espécies em extinção. Consequentemente (é difícil deixar o trema de lado, mas vamos lá), espécies de animais que se alimentavam ou vice-versa dos que morreram ou que sobreviveram, vão morrer de fome, ou pragas animais vão estar em grande quantidade. Conclusão, a cadeia alimentar também estaria ameaçada.
Querem também vender hectares de terra. Vender algo que era público e protegido! A mim não restam dúvidas que há muita gente contra, mas a maioria dos "grandes homens" pensam somente em lucros e não no futuro do planeta.


QUENTE, QUENTE, QUENTE!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Será um engano

E o prazer de ver em sua face
Vestígios de dicórdia
É como caçar vagalumes,
Ao menos eles não usam disfarce.

Não disfarce o que sente, amor
Não se estregue a tal deslumbre
Que só cometerá erros.

É como num conto de fadas, em um corredor
Corredor vazio, sombrio e sem fim
Nosso pensamento se perde, não sei mais nada!

Não fuja de si, não fuja de mim, amor
Não fuja de mim, não fuja do real,
Não saia deste corredor.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Sentimento oco

É como roubar água na peneira
Roubastes meu coração, senhor
Ora, devolva-me agora, de qualquer maneira!
Choro, choro esse tom de voz perdida
Hoje, sem parte de mim já não canto
Canto um timbre, uma voz escondida.

Por que roubas meu coração, senhor?

Pois devolva-me, por favor
De que te inspira mágoa tanta,
Se o que vigora é meu pavor?
E vivendo numa infinita garoa
A cada dia me pareço mais perdida...
Senhor, tu mereces uma coroa!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Talvez... Júlia!

Versos jogados pelo chão
Um copo meio vazio
Um sorriso sem coração
Uma menina deitada em meu colchão.

Sussurros em seu ouvido
Que fingia não ouvir
E permanecia quieta...
alí.
E sem coração continuava a sorrir.

sábado, 9 de maio de 2009

Marina

Uma menina
Que nina
Tão linda,
Marina.

Uma fada
Que voa
Desce garoa.

Um gato
A miar
Vem me agorar.

Uma rua
Que corre
Infinito.

Não Olhe.

Uma Estrela
Que brilha
Sua boca
Me gira.

O azul
Que fascina
A marina
Menina,
Me nina.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Além do superficial

Enxergue-me na beleza de uma flor
No estouro de uma onda
No encanto de um amor.
Um olhar devorador, mistério que chega causar dor.

Acompanhe meu gingando, eu sei que consegue
Não demore, antes que a morte te cegue!
Acompanhe meu gingando, eu sei que consegue
Venha, faça algo que se preze.

Poesia, meu bem, não sei bem não
Mas enxergo a vida com os olhos e o coração.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sabe quando você acorda já doente, com febre e dor de garganta, sem vontade de levantar pra nada, sem vontade até de usar o computador? Pois é, estou assim. E torcer pro tempo de sua boca formar saliva demorar bastante, pois cada vez que a engolo é um sacrifício! Bem, já que não estou com capacidade de escrever algo bom hoje, deixo uma coisinha que eu escrevi há um tempo. Sendo bem egoísta, melhoras pra mim!

Domingo
eu tentei, tantas vezes te falar
tudo que entalado estava no meu peito
eu tentei, tantas vezes procurar
um espaço ainda guardado em seu leito.

o azul do céu já não tem a mesma cor
sem o timbre da sua voz roca
sem a chuva que molhava sua roupa
e que caia no domingo nos molhando sem pudor.

chuva, me lembre novamente o que jamais esqueci,
me traga lentamente lembranças úmidas
das tardes luminosas e molhadas de domingo,
contando os pingos quando estavamos dormindo.

o azul do céu já não tem a mesma cor
sem o timbre da sua voz roca, louca
sem a chuva que molhava sua roupa
e que caia domingo a tarde nos molhando sem pudor.

chuva, me lembre o que eu jamais esqueci,
me devolva vagarosamente lembranças úmidas
de tardes luminosas e molhadas de domingo,
de nós contando os pingos quando estavamos dormindo.

domingo, 3 de maio de 2009

contraste visual


Estive pensando... como você vê o seu mundo? O que você acha que poderia melhorar? VOCÊ FAZ ALGUMA COISA PARA MELHORÁ-LO? Pois bem, consideramos grande a quantidade de pessoas que reclamam, julgam, mas não fazem nada para mudar. Aí entra a questão mais comum: 'Do que adianta eu fazer se ninguém faz? Não vai ajudar em nada, é só uma pessoa no mundo inteiro!', pensa bem, se cada um fizer um pouco do que pode, somos todos capazes de mudar, devagar, mas um dia conquistamos. E se todo mundo pensar que não é capaz de fazer a diferença, aí mesmo que não vai acontecer nada sonhado. Cada um fazendo um pouquinho, por exemplo, a questão da poluição; se você compra uma bala, e joga aquele papel tão pequeno no chão, você junta-se à todas as outras pessoas que jogam papéis de bala no chão, e mais de trilhões de pessoas jogando papéis de bala no chão, são mais de trilhões de papéis jogados no chão, entupindo boeiros e inundando as ruas, sujando mares, rios, etc. Se cada um tivesse a consciência de que se você guardar o papel e jogar no lixo de casa, é um papel a menos, imagine todas as pessoas com essa consciência. Então, você tem o poder! Sujando, você está destruindo algo que é seu, de todos, a natureza. E você vive nela! Se ela acabar, você estará destruindo sua vida, o lugar onde você vive, é uma burrice, não?

Todos nós somos alguém na sociedade em que vivemos, nós temos direitos e deveres de cuidar da nossa paz. E não ser tão individualista e pensar no próximo ajuda a vivermos em paz e diminuir confusões e guerras.

'Consciência limpa serve de travesseiro macio.'

quinta-feira, 30 de abril de 2009

refletor

Em um dia de sol quente, paro e me pergunto o que eu estou fazendo aqui. Vejo um céu azul em cima de uma imensa faixa de água também azul, mas um tom que se diferencia do azul do céu, que parece ser infinita. Na ponta desta, uns nós brancos de água, embolados com grãos e pedacinhos coloridos. Mais perto de mim, mais grãos, porém, secos e com menos pedacinhos coloridos, e desta vez, nada disso embolado em nós brancos de água. Desço meu olhar, vejo meus pés sobre um chinelo. Mais ao lado, uma formiga se aproxima dele. Afasto eles com calma. Calma! Por que será que nós, seres humanos, tão grandes e tão poderosos como nos julgamos, temos medo ou nojo de uma formiga, tão pequena e indefesa? Aquela que dá em calçadões de praia mesmo. Nós somos capazes de roubar, trapacear, mentir, enganar, construir, falar, pensar, começar, terminar, e até mesmo, MATAR! E nos rebaixamos à uma formiga. Agora se ponha no lugar dela. Um ser tão pequeno, não prejudica ninguém alí, no calçadão, procurando comida, talvez. Então vem um ser gigante, sem mais nem menos, e a esmaga. Por que? Pra que? Como? Agora imagine esta formiga esmagada, como uma pessoa sendo humilhada. Pense melhor nos seus atos. Ah é, meu refúgio é na praia.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Certo dia me pego pensando nele. Cada dia estou mais longe de mim mesma e dentro da cuca dele. Cuca misteriosa, 'decifra-me ou devoro-te'; foi no embalo, o devoro-te. Quando dei por mim, à beira de um riacho de alegrias vejo refletir no espelho d'água silencioso e quieto, nossas bocas coladas decifrando e devorando umas as outras. Ai de mim! Logo o peço para não me esquecer em seu paletó.

júlia vita.

testando ...

Nostálgico, melancólico, tedioso. São assim os dias de quem não acredita em si mesmo. Pouca auto-estima e confiança própria, oprimem a si mesmos e fecham seus olhos para o mundo a sua volta. Deixando assim de lembrar de quem se importa e de como a vida é bonita se você quiser pintá-la. Não conhecendo seu próprio ser, inspiram suas vidas em outros seres, moldando uma perfeição não existente, e logo após vem a famosa decepção. Acho que as pessoas deveriam se conhecer entre elas e conhecer mais a si mesmas para serem capaz de se amar e assim poder amar alguém. 'Onde não há desejo a paz reina'.